na matéria visível
se me sou não me elevo
e quero elevar-me, como escrevo.
quero pensar que é possível.
nem em prosa nem em rima
mas lá em cima.
na matéria divina
se me elevo não me penso
e quero pensar-me, sendo imenso.
quero elevar-me a eterna ruína.
nem grande nem pequena
mas sempre terrena.
na matéria consciente
se me penso não me sou
e quero ser-me, onde estou.
quero ser-me para sempre.
nem fora nem dentro
mas no pensamento.
braga, 8 de Janeiro de 2007