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NOVELO AMARGO

 



Mira no sentido desse candango
Reza toda a oração do vagabundo
Parte a terra, seu povo que comungo
Em nome da droga do poder imundo

Fuga do povo, de tão vida amarga
Todo amigo é parte da hemorragia
Que sangra sem parar e apodrece na canga
Levando no peso, homens dessa alegoria

País, continente América e muita ginga
Muita gente, muito culto, muita espera
Nudeza de fome o povo salta, vira curinga
Vera-homem, homem da gente, homem de Vera

Essa dor é novelo amargo pra maltratar
Trabalho longo, eterno escravo dessa chaga
Suor é a droga, magia só, pra só encantar
Peito é bago da fé de dois lados que afaga









José Veríssimo

 
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veríssimo
 
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