Tira essa corda
Folga esse nó
Não leva mágoa
Mas guarda a sede
E se grita é animal
Se trinca é pedra
Se grita é louco
Tudo que cala é homem
É a corda, o nó, o pescoço
O morador da ponte alugando meninos
É o criador das tardes
Tomando vinhos
É o vento virando a noite
É o dia revelando a morte
Quando do mofo se retira a pele
A fé cala e calada chora...
Por dias de sol na dança dos mistérios
A mão revolta e tece gestos nos corpos
Na boca cala o grito que a mente grita
E na garganta morre o homem...
José Veríssimo