<img src="http://www.comamor.com.br/images/rainha_paz.jpg">
<font color="#009300">*A Santa e a Pecadora*
Eu tinha uma escola infantil, isto é, um pré primário. Certo dia fiz a matrícula de uma aluna de cinco anos e ao anotar o nome do pai vi que era filha do farmacêutico próximo a minha residência. Discreta como sou fiz-me de cega e surda.
Outro dia ao passar pela calçada da farmácia o farmacêutico me chamou, para se certifica se a filha estava realmente matriculada na minha escola.
- Você conhece meus filhos e deve saber que a menina é minha filha apenas de sangue e não pelas leis que criaram nesta sociedade de limitações. Sorri.
–Notei, mas para mim é uma criança como todas as outras que necessita de cuidados, alimentação, carinho, moradia e especialmente educação. Sua mulher sabe? Preciso ser informada para que eu não caia em contradição.
-Sabe, mas sou casado com uma santa. Quando descobriu este ano, depois de cinco anos comentou: Você teve coragem de fazer isso comigo? Dez anos de um casamento feliz, onde lhe dediquei todo meu amor, carinho, fidelidade, trabalho, compreensão...
-Perdoe-me querida, sou fraco como a maioria dos homens. Todo homem é um galinha quando aparece uma galinha ciscando no seu terreiro. Todo homem se prostra diante de um altar quando encontra uma santa. Você é minha santa, minha mulher, minha companheira inseparável e, jamais a deixarei por mulher nenhuma.
A lágrima rolou na face sofrida. Nunca mais falou no acontecido, continuou a mãe maravilhosa que sempre foi. Carinhosa e dedicada comigo, mas nunca mais meu corpo tocou seu corpo e sofremos calados até que o câncer tomou conta de sua vida de maneira lenta e resignada.
Na hora final que o destino decidiu levá-la para outro plano segurou minhas mãos trêmulas e me pediu. Não quero que meus filhos sejam educados por uma mulher vulgar. Obrigada. Não deu tempo para falar-lhe, porém prometi a mim mesmo, que cuidaria sempre da minha filha, mas deixaria a amante em homenagem a sua partida.
Esta semana após quinze anos encontrei-o trabalhando numa farmácia, no centro, pois a sua faliu pouco tempo depois da morte da mulher. Os Filhos se formaram, casaram. Ele estava velho, acabrunhado pelo tempo, e a solidão como sua companheira fiel, pois nunca mais teve interesse por outra mulher.
Tudo que fazemos aos outros volta para nós como um bumerangue que retorna as nossas mãos. E quando abrimos o livro de registro para prestar conta o déficit excedeu a receita... Façamos nossa receita nesta semana da páscoa, abramos nosso livro e escrevamos a nossa história de vida e sejamos juiz dos nossos atos. Quarenta dias é um bom período.
As lições bíblicas acontecem a cada dia aos nossos olhos, nada acontece sem o consentimento do nosso criador. Não creio em castigo Divino e sim em lição de vida, recompensa boa ou má. Dependendo do que plantarmos, um dia colheremos. Esta é a receita infalível da Bíblia.
Sonia Nogueira</font>
Livros Publicados:
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- Nas Entrelinhas (200 sonetos)
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