Vérvico galopar
Entre o poroso e o hermético:
Sua mente flui, reflui
Pelas alamedas, ribanceiras
Cordilheiras do Clássico,
Do Moderno e pare, assim,
Um Autêntico Contemporâneo
Fazer Poético
Cosmopolita, Latinoamericano,
Brasileiro, Nordestino, Baiano,
Plenitude do Universo retroagindo-se e se açambarcando!
Seu verso cavalga
Pela estrada da reflexiva,
Filosófica, sonora,
Jocosa, prosódica,
Culta, dionisíaca,
Difusa, diáfana,
Ferina, aquática, sábia,
Copiosa, prolífica, ígnea,
Reta,
Obliqua,
Acuidosa,
Expedita,
Gostosa,
Dúctil,
Livre,
Liberta,
Libertina,
Geral Geleia,
Gelatina,
Eclética,
Ladina Metalinguagem.
Seu poetar codifica e decodifica
A Metalinguagem.
Seu poetar
Penetra e ejacula a Metalinguagem.
Seu poetar
É a Metalinguagem
Que vocifera
Contra a lepra qual acomete e devassa a emoção
E contra o vírus
Da hipocrisia, da miséria, da vácua poetização!
Seu poetar
É a Metalinguagem
Que afaga, fecunda e soca
A janela da intimidade:
Expondo eloquentes aquarelas
Da introspectiva realidade.
Seu poetar
É a Metalinguagem
Que rompe e carcome
O indestrutível cadeado
Das senzalas da Palavra.
Seu poetar
É a Metalinguagem
Que descabaça
O vapor barato
Pois o falo que a aparelha
É verbo nascido
Do ventre do fogo e do aço.
Seu poetar
Alimenta-se
Da molécula
Que fabrica
A Metalinguagem:
Ele bebe a água da Metalinguagem.
Ele come a carne da Metalinguagem.
Ele assume a pelagem e a identidade da Metalinguagem.
Ele é a própria Metalinguagem, na verdade!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA