A habilidade lingüística do ser humano é determinada pelos conhecimentos específicos que esse falante tem da linguagem, entre eles os conhecimentos semânticos. Com isso em mente, a interpretação de um texto depende do olhar dado ao modo como alguns fenômenos semânticos (hiponímia, homonímia, sinonímia, polissemia, pressuposição, dentre outros) são tratados pelo autor e recebidos pelo leitor. É.
Creio que esses fenômenos são fundamentais aos exercícios de interpretação dos discursos que um texto encerra, seja ele prosa ou poesia.
Geralmente os conteúdos semânticos propostos no texto literário são dissociados de situações reais de uso, apresentando-os e descrevendo-os tal como é feito nas gramáticas tradicionais. Não. Isso não é mal, mas também não é bem! O texto literário não tem obrigatoriedade com o FORMAL, mas com a FORMA! Hum... complicado. E é mesmo.
Mas, se os fenômenos semânticos nos textos literários só procuram desenvolver suas potencialidades canônicas, estas se tornam padronizadas, cansativas e enfadonhas. Camões e Machado morreram. (não, não é apologia ao erro gramatical, nem preconceito lingüístico)
Enfim, a abordagem mecânica e estritamente gramatical, repito ESTRITAMENTE, não favorecem o potencial semântico do texto literário, sobretudo se olharmos o perfil literário de hoje, contemporâneo. É sou corcunda deste lado.
Essa literatura assinala um novo tempo repleto de ambiguidades e poluição existencial, onde absorvem a crônica grotesca, urbana e universalizante. As críticas a respeito dessa literatura contemporânea são muitas, dentro de seus aspectos antiliterários, que chamam de “populares”. Estou do outro lado. Do lado que aplaude. Almejo, e está a acontecer, a auto-superação através de transformações estilísticas, da experimentação artística e pessoal, buscando o novo sempre, mas fazendo uso do velho. Vamos então, caminhando e cantando...
o mais importante não se conta, se constrói com o não dito, com o subentendido, a alusão”. (Piglia)[/color][/color]