Magro, estatura baixa, olhar triste De um tom castanho esverdeado! Face nívea onde mantenho obturado O sorriso…Sem prova que ele existe!
Calado por defeito, dou voz à escrita que insiste Em me embargar poeta com a poesia casado! Por vezes até o espírito sinto por demais cansado, Quando o corpo em mós dolentes ficar persiste
E de tristezas se revê repleto! Como homem sempre luto…Oh! Triunfo do vencido, Como poeta sou evocado e logo esquecido!
Sou quem sou, e assim me acato! A quem me lê, ou a quem me tem afecto, Aqui deixo o meu auto-retrato…
Lembrei-me de um tal Bocage... e, olhe, os seus sonetos têm um quê de "bocagiano", mesmo... escrita de rimas ricas, encadeamento lúcido, português nobre... Gostei! Um abraço...
Cara poetisa, agradeço imenso pelo comentário, temo que seja um pouco exagerado pois nunca poderia ser comparado a Bocage que por acaso até admiro muitissimo.... Até me deixou sem palavras...
todo auto-retrato tem por objetivo falar o intimo de uma pessoa, para quem as lê, veja seu interior, pois o que tem por fora é apenas uma casca, o que é importante é o que carregamos dentro. O teu interior é lindo, um auto-retrato. bj