Segue o homem lá fora
Levando a cabeça trincada
Uma cara verde e doente
Os olhos amarelos e pesados, seguindo
A garganta que canta um hino
É a mesma que louva sua mãe
É a mesma que engole um pão seco
E ajuda encher uma barriga de vento
É grito de paz sem haver guerra
É canção que roda e a gente voa
É tudo do nada acabando lento
É o olhar parado do olho cego
Continua o homem pelo atalho
Ainda existe o povo que empresta panos
Num grito que emudece no ar e some
Olha aí.. falar de tudo não pode, agora!
E pra que o hino, o cego passou
A cor desbotou e chove lá fora
O vento sopra que a guerra acabou
E o grito calou por atalhos e mães
José Veríssimo