Faço das memórias uma galeria!
Pois é tanto o que recordo e sinto!
Que a todos deixar ver consinto
O porquê de que até o sol me esfria
Sempre em desespero, noite fria,
Ébrio de amor assim me persinto!
Pus o coração num negro labirinto,
Entreguei a alma à luz da poesia.
Minha escrita se fala-se seria rouca,
Se tivesse pensar próprio seria louca,
Se tivesse pernas fugiria de mim alada.
Memórias diversas, as tristezas as mesmas!
Minhas mãos são como férreas algemas,
Onde a mantenho a escrita à dolência algemada!
Paulo Alves