Espero que me ouças ainda amor,
ficou tanto por dizer, a Senhora Morte te levou
e as palavras ficaram presas na garganta que ainda dói...
Letras... qual espadas,
por entre as labaredas deste inverno
pelas longas noites animadas
que nos tornaram guardiões do inferno.
E dói assim não ter-te a aquecer-me
e ver que se detêm as palavras que nunca foram ditas,
e esta vontade louca de as dizer
sufoca-me as palavras interditas.
Olhos meus que fitam os teus,
que transformam o mar de amarguras,
o espaço descrito nos céus
paixões lindas e puras,
pudera eu ter-te só uma noite e dizer-te as palavras que não disse,
quisera eu que a Morte te trouxesse para reter-me nas sombras do meu olhar,
e se te olhasse uma última vez
quisera nas tuas lágrimas afogar as mágoas que ainda sinto!
Chora... traz-me o teu pranto
abraça a minha tristeza
assim como me envolves em teu manto
na loucura da tua beleza,
e sinto-te imortal nesta lembrança,
a morte nunca levará o que te guardo em mim,
e resta-me adormecer a vida com a esperança viva
de que a morte nunca será um fim!
Eterno sentimento que nos eleva
entre paisagens que nos contornam
é tudo o que daqui se leva
a lembrança daqueles que por nós tombam.
Escrito a quatro mãos como uma música clássica tocada ao piano diria ele... as minhas duas mãos e as duas mãos de alemtagus...
. façam de conta que eu não estive cá .