Sonetos : 

LÍNGUAS

 
“Uma pessoa ocupada em servir nunca dispõe de tempo para comentar injúria ou ingratidão”.


Enquanto línguas cortantes, ferinas,
Só dão notícias das vidas alheias.
Enquanto arestas, farpas pequeninas
Se enroscam em ardilosas teias,

Outras entoam constantes, divinas,
Em outros pontos, em outras aldeias
A poesia de sensatas rimas,
A melodia de maviosas colcheias.

E nessa arte, desprendidas servem,
Enquanto as lavas desse mundo fervem
Num vulcanismo de intensa fúria.

São como botes contra a correnteza
Desafiando a humana natureza,
Num oceano de ingratidão e injúria.


Frederico Salvo


Direitos efetivos sobre a obra.
http://pistasdemimmesmo.blogspot.com/

 
Autor
FredericoSalvo
 
Texto
Data
Leituras
868
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
6
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 15/03/2009 12:18  Atualizado: 15/03/2009 12:18
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11255
 Re: LÍNGUAS
Um rasgo forte de poesia num soneto com metaforas muito bem estruturadas, gostei.

Beijos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/03/2009 19:04  Atualizado: 15/03/2009 19:04
 Re: LÍNGUAS
Fred,
Este seu soneto apresenta verdades nas linhas e nas entrelinhas. Quem de nós já não sofreu desse mal?
Espero ter para você, apenas palavras e atitudes boas e acima de tudo verdadeiras, assim como se deve agir com todos sempre.
Carinho,
Márcia.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/03/2009 19:14  Atualizado: 15/03/2009 19:15
 Re: LÍNGUAS
poeta, minha curiosidade as vezes me espanta, gostaria de ver como estes versos ficariam numa tela. talvez uma pintura abstrata, mas que diria muito, certamente.

fraterno abraço Frederico.
Silveira