Vou sem me preocupar pra onde vou’
E se chego não me importa onde estou
Sei que quando saio de mim, vou pra bem longe
Não me vejo, não sinto a estrada, nem a mata
Vou procurando sentir o perfume das rosas
Tentando entender o azul do céu
Admirando o revoar dos pássaros
E sentindo o aço fino do cortar do vento
Vou sem pensar em voltar mais tarde
Quem sabe nunca mais, mesmo sabendo
Que nunca é o ponto mais próximo do agora
Mesmo assim vou, sem saber pra onde ir
Do ontem não levo nada, só o hoje
E do hoje, me esquecerei amanhã
Amanhã bem cedo, no raiar do dia
Pensarei em outros dias, outros tempos
Quando chegar o tempo desconhecido
Sem fantasia, no mágico horizonte
Vou plantar flores sem espinhos
Vou colher anjos sem sexo e borboletas
Se Deus passar por lá nesse momento
Vou me papear com Ele, trocar umas idéias
Assim, talvez o desconhecido seja visto
E terei encontrado o lugar que procuro
José Veríssimo