Apanha o teu cabelo
Quero ver-te mergulhar
De frente, experiente,
No meu corpo vibrante.
Cereja és, vermelha, doce
E suculenta da paixão que
Extraio do teu corpo
Em pequenos movimentos
De língua, penetrante.
Ocupa a minha imaginação que
Não tem principio nem fim
E percorre no sentido inverso
O caminho do meu corpo
Sem nada para contar.
Os meus gestos
Foram inventados
Para te sentir
Os meus lábios
Movem-se só
Para te descobrir.
Segue o trajecto
Do meu corpo que
Desliza ameno num
Só movimento sobre
O teu, semeando
O calor que nos
Há-de fazer partir.
Destapo-te dos sonhos
Que realizas às escuras
Só para te encontrar.
E arranco de um
só movimento
Os lençóis de esperança
Que te fazem querer
Ficar e não ter de partir.
Reflexos