Que beleza
Eu aqui sentado frente a natureza
Que tristeza
Se eu pudesse cantar o sorriso da alegria
Que frieza
Existe nos momentos quando eu sofro
Que maldade
Estampada nas pessoas que se matam
Essa vida é uma graça, sempre foi assim
A menina passa, a esperança chega e o dia vem
Mas prá que a vida, se um dia será o final
Mas prá que a sorte, se a morte é o limite fatal
Olha o homem buscando quebrar essa condição
Atirado ao chão de copo vazio
De cara na lama, vivendo esse parco drama
Em plena praça entrega o corpo de graça pagã
Que maldade
Esse homem entregue aos homens sem caridade
Que verdade
Vai morrer nessa boca sem vaidade
Que mudança
Há no peito do homem em desconfiança
Que esperança
manter a razão essa longa espera
Ah! Se não fosse a força do desejo
Na certeza desses passos, olhando pro céu
Todo amor teria se acabado e por final
Só restaria a saudade nos homens de agora
Que beleza – Se o tiro morresse!
Que ternura – Se o amor sobrevivesse!
Que maldade – Se todo o riso secasse!
Que saudade – Se o passado acabasse!
José Veríssimo