Prosas Poéticas : 

Eu embutido

 
Quando me olhas com esse olhar terno de quem tanto tem para dar até me esqueço que a maior virtude é a paciência e apetece-me sair para a rua e correr até ti... Quando me olhas e te vejo sorrindo, o olhar penetrante a engrandecer-me a alma já se perdem os pensamentos em absurdos de magia feita pelos sonhos... Quando me olhas com esse olhar que é , segundo dizes, um "eu embutido", eu coro em silêncio e rio baixinho por gostar tanto desse eu embutido que na verdade me olha agora...
Quando me perco nas letras que se soltam da minha alma louca para depois reaparecer nas palavras de um texto impiedoso e estranho publicado aqui, aí dou conta de mim presa num canto de ti, dou conta de ti preso num pouco de mim, dou conta de nós...
Quando me encontro no silêncio perturbador que aflige os sentimentos, as emoções que se evacuam do ser em alarmes de ternura a sair por mim fora e a entrar por mim adentro através do teu olhar, desse teu eu embutido...

Nestas verdades de um quando que é presente e futuro vivo ainda em mim soltam-se as rédeas da imaginação e do sonho e de olhos abertos vejo-te aqui, aqui a olhar-me com esses olhos cheios de ternura de onde se solta um eu embutido que caminha até mim.


. façam de conta que eu não estive cá .

 
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Margarete
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