na curva da estrada
a vida parada
na curva da estrada.
restos selvagens
do capital bolorento
na curva fechada
da cana quebrada.
na curva da estrada
a mata folhada
a vida afogada
no sabor do nada
da rotina acabada.
na curva da estrada
os restos mortais
de uma safra apagada.
braços cansados
emergem do nada
buscando a voragem
do coma alcoólico,
esperança do nada.
na curva da estrada
a dança macabra
dos braços rasgados
em troca do nada.
na curva da estrada
a mão traiçoeira
no bolso enfiada.
na curva da estrada
os homens sedentos
herança faminta
da usina quebrada.
Leia de Wagner M. Martins
FALA, FILHO DA MÃE!!! - Capa Paulo Vieira
UM BICHINHO À TOA. - Capa: Camilinho
Participação:
Livro OLHA PROCÊ VÊ! de Elias Rodrigues de Oliveira
No prelo:
UM INTRUSO NO QUINTAL
Publicado em "Fala, filho da mãe!!!"