Direito o caminho
que tolda a vista,
tal amigo, não
vejo nada senão neblina,
não sinto nada senão frio.
Direito eu caminho,
passando por cima da dor
sorrindo torto e mal abrindo
a mente ao teu sentido
dói-me a alma,
choro pelo caminho.
Acabo-me pelo caminho,
não chega a tinta
vermelha que em poemas escorre
não há sentido sem o teu,
só teu,
belo caminho.
Joaquim Salgueiro