São tantos os sonhos em ti perdidos!...E outros, desencontrados!
Como o são as flores que vou colhendo no teu jardim encantado...
E tantas!...E mais!...As lágrimas derramadas na hora da partida...
Que muito me sufocam o coração ao dar-te adeus na despedida!
De longe!...Vejo teu pequeno corpo coberto por flores de jasmim...
E pergunto a Deus!...Aos arcanjos!...Por que te levaram de mim?!
E rio entre desvarios!...Um riso angustiado!...Um sorriso sombrio!
E grito!...E choro, no silêncio do cemitério, sobre teu túmulo frio...
Brilham as estrelas na escuridão!...E vão-se, pelo espaço aberto...
Do céu, iluminando essas noites, vão-se como areias num deserto!
Sem viço!...As flores do teu jardim vão-se penduradas, ou caídas...
E num lamento, entre uma lágrima e outra, por mim são colhidas...
E muito sinto, ainda, a delicada presença do teu vulto perfumado,
Quando caminho por entre as flores desse teu jardim encantado...
E sigo caminhando em meio às pétalas desfolhadas pelo chão...
Que levem com elas às suas eternidades, toda a minha solidão...
(® tanatus - 16/05/2004)