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Carta do Sem Nome nº 3

 
Pudera eu sentir aqueles olhares que se trocavam entre si, via que algo estava acontecendo, mas nada sentia e nada sabia do que se passava com aquelas duas almas que estavam à minha frente, em plena rua olhando-se daquele jeito. Poderia dizer que sentira ciúmes se os pudesse sentir, mas creio que minha mente ficou curiosa ao ver aqueles dois falando sem palavras e através daqueles sentimentos que nunca poderei sentir.
Creio que o ser humano foi feito para sentir, talvez seja por isso que eu não sou tão humano como os outros. São poucas as vezes que a minha mente quer compreender-vos, saber o que são esses sentimentos que estão constantemente a sentir. Mas observo-os a cada saída de minha casa, aí estão sentimentos por todos os lados e de todos os tipos, ruas cheias de luz que atravessa cada olhar manchado de algum sentimento, sendo bom ou mau, não importando muito para mim.
É curioso para mim ouvir-vos dizer que aqueles sentimentos têm todos definições e quando vos pergunto que sentimento é aquele daquelas almas me dão tantas respostas e vejo em vossos olhares que queriam sentir um olhar voltado para o vosso, desse mesmo jeito que aquelas duas pessoas se olham.
São desses olhares que as histórias eram feitas, aquela eternidade e felicidade proveniente de um só sentimento que eu jamais poderei sentir. Foram aquelas duas almas que me fizeram querer entender cada sentimento vosso, já que não os sinto. Mas pelo que tenho tentado, tantas foram as pessoas que observei, tantas aquelas que me deram como louco pelas questões que lhes fazia… Eu simplesmente queria saber mais sobre aquele olhar, eu nunca o veria no espelho e isso não me agradava, pela primeira vez eu desejava deixar-me e voltar à humanidade que nunca tivera.


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Autor
SofiaDuarte
 
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