Teus olhos são perchas sujas
Que nadam nos faróis do rosto medroso
Que são lampos em minha boca aflita
Sangrando a sagrada memória do rosto
Dos corpos nascem as marchas, néctar do monte
E explodem nos faróis em atalhos talhados
Que destrancam as vidas, vítimas das ruínas
Encarceradas nos canteiros das oficinas
Pelo sim, pelo não e por toda omissão
Se travam batalhas por todos os becos
E nas estrelas entrelaço o poder na razão
Carpinteiros planando o coração das pessoas.
tão longa estrada, sobrevivido tablado
Tanta loucura, domínio e unhas cravadas
Garras seguras, entalhando a morte
Enganando a sorte, p'ro fraco corpo nascer
De gêmeas em Gêmeas, todas duas bem livres pelas ruas
Reproduzindo a imagem do olhar de todos pelo muro
Bem parados nessa fornalha de vivos queimados pelo chão
A gritar pelos mortos, a chorar pelo lado escuro
José Veríssimo