Sempre que posso vou até ao mar ao fim da tarde,
Ver o sol a deitar-se, enorme, resplandecente de brilhos a nadar,
Nas águas curvadas que fazem de tela às suas cores galantes,
Em danças de mímica que me embalam o olhar…
E se perguntar ao mar se gosta dos flocos de átomos,
Quem em si se deitam embelezando-o,
Ouço nos ruídos das ondas beijando as rochas,
A afirmação plena do sim batendo no paredão salpicando-o…
E no último olhar e aceno de despedida do sol,
Ficam lençóis de cores espalhados na água e no céu,
Tricotados pela ondulação mais calada e suave,
Que pressagia o entardecer do meu sentir de ave…
E no esbater do colorido pelo horizonte,
Os silêncios do meu pensar,
Até então muito activos,
Juntam-se às ondas que se estendem pela areia,
Em preguiça e sorrisos mansos.
Que acompanham meu andar,
Calmo e sereno do que ali deixei dos meus sentidos!...