verde
Uma chamarra, uma fogueira
Uma chinoca, uma chaleira
Uma saudade, um mate amargo
E a peonada repassando o trago
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago
Tertúlia é o eco das vozes perdidas no campo afora
Cantiga brotando livre, novo prenúncio de aurora
É rima sem compromisso, julgamento ou castração
Onde se marca o compasso no bater do coração.
Uma chamarra, uma fogueira
Uma chinoca, uma chaleira
Uma saudade, um mate amargo
E a peonada repassando o trago
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago.
É o batismo dos sem nome, rodeio dos desgarrados
Grito de alerta do pampa, tribuna de injustiçados
Tertúlia é o campo sonoro, sem fronteira ou aramados
Onde o violão e o poeta podem chorar abraçados.
Uma chamarra, uma fogueira
Uma chinoca,uma chaleira
Uma saudade, um mate amargo
E a peonada repassando o trago
Noite cheirando a querência
Nas tertúlias do meu pago.
Chamarra - Cuia de chimarrão
Trago - bebida, chimarrão, canha, cachaça
Querência - pago, cidade, bairro, lugar.
Chinoca - mulher, moça
Tertúlia - Festa, reuinião, cantoria de grupos.
Composição: - LEOPOLDO RASSIER