Sonetos : 

Cavidade

 
Quando por sobre o teu peito
Dou repouso ao meu inquieto
No teu flanco, os dedos meto
Perco o rumo, ao erro certo...

Quando em tua boca, entreaberta
Dou-te um beijo sem paciência
No teu gosto que me enceta
Faz-me homem sem dolência.

Quando, sussurras no meu foz
Faz-me homem, ao desejo vil
Da razão bendita, um ser algoz

Quando o fazes, lhe quero o sumo
E logo o faço-te, ao ser regaço
Dar-se o gozo, perco o prumo.


Antônio Logrado

 
Autor
Antonio Logrado Caeiro
 
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