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À doce Brasileira

 
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Se os povos do mundo e da vivência
São o verde do amor e eloquência
Se nas negras peles há um tenor
de uma voz que grita o amor
Se nas chamas de uma pele de tez escura
encontro eu o amor de uma negrura
Se o clima é quente-fogo e enublado
Ama-me, e serei eu o enamorado

Se te amo, perco as mágoas da solidão
Vejo o mundo e os astros da imensidão
Se o leito é o deleite da lonjura
São o corpo as carícias da ternura
Se te digo, que anseio as carícias
És o abrigo e as mãos ilícitas
que me afagam a pele carente
Sou o mundo: Frio e Quente.

Se o teu corpo, é assim a dádiva
Sou eu o rio, e sou a lágrima
Se a silhueta na escuridão
São o meu mundo da imensidão
Se os corpos que se abraçam
são os pilares que se entrelaçam
És tu aquela que me endoidece
És quem me houve a humilde prece

Open in new windowSe és o astro assim do sul
Se és o eixo que se forma
Se és tu a esfera azul
Sou eu aquele que te adorna
És quem me ama e entristece
A sobriedade que me endoidece
Angela: És tu bela e formosa
Cândida, casta e honrosa.

Se os encontros e as intempéries
Se reencontro as efemérides
Se viver e me encontrar
Sob um tecto, sob o luar
que influencia estes animais
Os magnetismos primordiais
Os teus seios que observo e beijo
Neles me perco, neles emerjo.

Se é assim o mundo eloquente
Num Pacífico, és o Atlântico quente
És aquela a quem abraço e adoro
As mágoas que te segredo e que choro
Se és a perdida e a renegada
Renego eu a dor: És pois a amada.
És os dipolos da humanidade
És pois tu o eixo da fraternidade

Se és as sonoridades do tacto
Amar-te é pois assim um facto
Se te observo és visão auditiva
És quem rejeita a lonjura aflitiva
Se és a sereia dos sentidos
Se és o porto dos abrigos
És pois o doce, o amargo e o cruel
És o açúcar, o sal e o mel.

As peles que assim se unem
E o meu ego assim imune
O desejo desses teus beijos
A paixão forte e impune
Dos desejos do irrevogável
Do amor forte e durável
És quem adoro e quem desejo
Em mulato corpo assim emerjo.

Se libertas assim a escravatura
Do ego que se liberta
Das asas que ganha a ternura
És a fragrância da doçura
O abraço que me aperta
na liberdade incondicional
És a pimenta, és o Sal
És pois tu a deusa astral

Se os abraços que me envolvem,
O dorso, que as tuas garras colhem
As peles que assim se emergem
O meu corpo em tua vargem
Se os espíritos são assim descrentes
E as verdades quando me mentes
São o que procuro em dócil corpo
És o astro em que me encorpo

És a Angela bela, divinal
Serás sempre a de agora a e ancestral
És sempre aquela a quem segredo
Que me abraça neste quarto escuro
Que da luz se emerge e renega o medo
Se és o corpo pérfido e puro
Das raízes que quero e procuro
A quem me confesso e assim juro

Se és pois o oito, o sete e o três
A luxuriosa candidez
Se esse regaço que me acolhe
Se no Universo és o detalhe
Aquela que da circunspecção
Engloba o mundo que queria
Somos o detalhe da imensidão
os versos de eleição: A Poesia


João Pimentel Ferreira

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Domine, scribens me libero




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João Filipe Pimentel
 
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jlpf
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