Aos XXII, reduzi-me a II
Aos XXIII, questionei os III
Aos XXIV, ao nono mês
Interrogo-me quem realmente sois
MMV, I mês depois
Nórdica paixão que se perfez
Ao contemplar lusitana candidez
Num angelical sorriso, que me impões
Carrego um trauma: a lucidez
Desta arcaica numeração,
E de um enlace Báltico, que se desfez
Em uma impúdica imiscuição
Posto isto, perdi os III
Acarretando a perfeição
Esculturais contornos, dissimulados.
Áureos e sedosos filamentos.
São estes os divinais momentos
Em que os deuses ficam consternados
Resigno-me aos carnais postulados,
Assolam-me paradoxais sentimentos
Pois falhados todos os intentos
De ser amado: Cúpido e Vénus aniquilados!
Resta-me um desejo residual
Fragmento de uma pulsante besta
Com característica inercial
Tranquilizei-me com uma festa
Sinal de amor intemporal
Nórdica paixão, antes da sesta.
João Pimentel Ferreira
______________________________
Domine, scribens me libero