Há momentos que me pego triste
Olhando para frente, perdido, desiludido.
Nesses momentos quero agarrar-me às fissuras
De um poço sem fundo que me traga à escuridão.
Escuridão essa figurada neste pedaço de vida,
Mas tão real quanto às lagrimas que não caem pelo meu rosto.
Tão reais quanto à imagem que criam de mim
Tão perfeitas quanto o espelho que toca a minha alma.
A escuridão chega, com a noite, ou o fundo do poço
Não há luzes, não há verdades. Caiu mesmo uma lágrima?
“Sou tão forte”. Não há verdades.
Estou sozinho no mundo e não preciso de ninguém.
Lágrimas riscam, gota a gota, minha alma desesperançada
Esperando, na maioria das vezes em vão, a mão socorrista.
Não há verdades absolutas. Não há solidão tão solitária
Estou trancafiado, perdido em mim, dentro deste meu labirinto pessoal
As vezes vejo um lampejo de felicidade
Corro até ficar sem fôlego ao encontro dessa alegria
Mas não chega. Não há. Só há dor. Só a dissabor.
Qual o caminho da paz eterna, morte?
Olho para dentro de mim. Não vejo nada. Vazio.
Vejo um brilho refletido. Tento alcançá-lo, mas está tão longe
Onde estais agora? Não te alcanço.
Desespero-me. Me pego triste.
Olhando pra frente, perdido...
Oh ego Laevus!