Ai que milagre...
encontrei um cérebro no chão.
Até que enfim poderei bater livros e miolos no liquidificador e beber!
Esmiriliar-me por dentro
Balbuciar mentiras
Saciar delírios
Fabricar doenças
Abandonar promessas
Alimentar os vícios
Esgotar-me no meu gozo
Borbulhar minhas tripas
Mergulhar na verdadesapiens
Questionar todo além
Todo de mim
Todo de todo
E buscar tudo e todos
Aonde há tudo?
Está tudo aqui acolá?
Dentro e fora
Universo a mil
Tudo a zero
Tudo a todos
Um só ser
Infinito
Viajante
Suadouro no lençol
Pulmão lascado...
pigarro dolorido.
Estrada a dentro de um desaperto
Besteira minha pensar ter ganho tudo na vida a todo momento?
Tal qual uma rima babaquinha nestas entrelinhas?
Acho que não...
“O que ganhas além de pão...
mendigão?”
Talvez seja esta bendita punhetísse mental parapsicoproposiespiritual
Igual a sermão de político no natal
Em festa babaca fedorenta promocional
Entrelinhas e negritos a parte joguem as rimas aos leões!
Eu quis dizer sobre aqueles senhores enrrugadinhos com cheiro de cigarro
Prostituindo sua cara de pau neste leilão terreno em busca da felicidade
Faço a mesma coisa...
sou o mesmo
em outras proporções para aqueles que podem me entender e ter a oportunidade de ler este cuspe ao vento...
que de cara lavada chega a escorrer pelas páginas.
Minha barriga queima de desejo do novo!
Contraio meus joelhos de desejo do novo
Novo não só na minha vida!
ESTOU FALANDO DO NOVO!
Como um pulo no rio depois de tanto tempo
Como dois corações na mesma freqüência divina unidos pelo infinito
Como o planeta todo de mãos dadas
Tão lânguido e milagroso quanto uma cena cristalina e emocionante num filme quase tedioso
Jogue fora este suco de miolos e vai pensar!
E que toda suposta perca de tempo seja produção benéfica para o futuro do próximo
Amém!
Bruno Prata