Porque hão sol e lua;
Candeeiros suspensos
Na abóbada seminua
Dos dias claros.
Porque hão côncavo e convexo;
Irmanados, um pela razão de outro,
Qual mito geracional, anexo
De Eva nas costas de Adão.
Porque hão frente e verso;
De papeis futuros, ambíguos
Textos de passado perverso,
Transcritos de papiros antigos.
Porque hão realidades;
A tua e a minha,
Côncava e convexa,
Frente e reversa.
Porque hão interior e Universo;
A parte do todo imenso,
Significante ínfimo, imerso
Na relatividade do vazio.
Porque hás tu e hei eu;
Porque hão felicidade e amargura;
Porque hão amor e noite escura:
Tocam-se o teu mundo e o meu.
Boa semana!
Garrido Carvalho
Fevereiro '09