Uma pedra não é uma pedra, é o fio da minha gravidade que sustenta e move o pêndulo dos corpos, caleidoscópica grafia das incisões do meu olhar?! Pedras sempre me encontram pelos caminhos e sobrevoam as minhas grotas, em mim fazem ninhos, minhas pedras voam... Uma pedra suspensa revoa, levita memórias dos meus olhos, levanta o peso dos meus rochedos, e se de cima me vê, me lê em épuras os meus enredos, sou goela funda, cratera fera, boca aberta expelindo lavas, grave ave, densa nave atmosférica, as vezes imensa bolha rarafeita, pés afundados nas covas, lambendo as conchas do chão, pérola de sabão tua pesada grávida de ar!