Sou filha da noite e no seu regaço embalo todas as palavras que comigo se deitam por prazer.
Não acordo as estrelas com os meus gritos mudos nem perturbo o sono da lua com o meu pranto morno quando me deito.
Na noite... Sou silêncio na voz e as palavras que escrevo com a boca orgulhosamente fechada respiram pelos meus dedos enquanto não amanhece no meu rosto.
Mas, quando acordo para o mundo, abandonando todos os sonhos na escuridão… Sei que estas palavras que fielmente calo na garganta gritarão para sempre deitadas no meu leito por um amor , que a poesia numa noite quis ver nascer solitário e vagabundo.
Daniela Pereira in "Curiosamente Obsessiva por Afectos
Daniela, gostei muito deste poema, como aliás de outros que já li teus. Este tem no cerne o perfume da magrugada, da madrugada das palavras, o grito mudo que não pode mais ser silenciado, sonho de um amor que se sonha acordado. um beijo deste amigo.