Se algo transparece inevitavelmente, que ao menos fique no plano do inevitável – aquilo que não se pode evitar. Pra que então, virar assunto, em mesa de café, bar? Por que uma mulher não pode inexplicavelmente... Se apaixonar? Se de fato, a única liberdade que temos, é criar, imaginar, fantasiar... Hábito totalmente inofensivo a terceiros... A não ser pelo fato de incomodar... Uma simples mulher sozinha e livre, se apaixonar; sem uma razão, compreensão, idéia do que possa ser, além da paixão. Não importa se o amor é proibido, que seja então! Nem por isso deixa de ser fonte de inspiração. E não é isso o que importa? Essas coisas, não se escolhe... Batem na porta! Se não tivermos olho mágico, abriremos primeiro, pra só então ver quem é... E não é isso o que se quer? Se virmos antes, vamos querer depois?
Penso, observando a mim, que coisas desse tipo, paixões arrebatadas de vontade sem explicação, vêm de muito longe, uma experiência ancestral. Não diria primitivo, pra não parecer rústico, bruto, não evoluído, original; diria refinado, sofisticado, sutil, complexo... Místico, principal! Ondas magnéticas sintonizadas em freqüências elevadíssimas, a despeito da razão, provocando múltiplas sensações, percepções e por que não dizer, êxtases, satisfações! Que fazem a pele amaciar, o corpo mover-se em curvas, o coração pular e nem pular, pois quando é proibido, nem é aflito; é só um segredo, um sonho, em plena realização.
Quem sabe a física quântica, a antropologia... Quem sabe, o tarot, o I Ching, a quiromancia... Ou então, Platão, a filosofia... Talvez meu cardiologista, meu analista... Um radiologista!
Possa dar cabimento, lógica, entendimento, pra essa intensa experiência, que mesmo que o tempo passe e ainda com toda a ciência, não se encontrou uma explicação!
Ela