Corre o vento suão
Pelas vielas fechadas
Que banham janelas cobertas
Por vidas abertas
De sentido temporão.
O suor cresce,
Desce um semblante sisudo
Que, teimoso, trombudo,
Aperta um cigarro nos lábios
Enquanto seca por dentro.
As folhas das árvores
Pedem, de joelhos, por brisa
Dando sombras e conselhos
Enquanto roçam rumores
Em tons de verdura lisa.
Sento-me perto do crepúsculo
Com o rosto aconchegado
Num morno baloiçar solto
E sinto o ar cálido
Da brisa do vento ainda suão.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.