Poemas -> Reflexão : 

LIVROS ESCREVEMO-LOS NÓS

 




Palavras soltas ao vento, que saberão
elas, que o mar não saiba já?

Posso escrever, que o mar, que aqui
desponta, um tanto revoltoso, é de
um verde jade, que, em espuma, se
dilui, ao encontrar-se, com a montanha.

E que, em contraste, com a beleza, do
verde, das águas, a montanha, fica a
dever, à riqueza destas, na falta de
pormenores, com a sua pedra nua e
grosseira, a invadir-nos os sentidos…

Algum mato, parecendo esquecido,
cresce bem junto ao precipício,
da frágua, proclamando o seu espaço
e tornando menos lunar e mais
terrena, a realidade, deste grosso, de
lenho, pedregoso.

O livro, deixado para trás, de quem lia,
tudo isto observando, deixa-nos o seu
testemunho e reconhecimento, de que,
do mar viemos e ao mar, regressaremos,
voltando ao inicio, com a terra, a
submergir, uma vez mais, nas águas.

E o vento, corre, uma por uma, as folhas
e as palavras, com que soubemos edificar,
a nossa espécie, e, de que,
voltaremos a fazê-lo, noutro contexto.

Jorge Humberto
23/02/09







 
Autor
jorgehumberto
 
Texto
Data
Leituras
764
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 24/02/2009 18:35  Atualizado: 24/02/2009 18:35
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: LIVROS ESCREVEMO-LOS NÓS
Jorge,
O teu poema é intenso e transporta-me para outra dimensão, como forma de perpetuarmos a espécie humana.
Beijo
Nanda

Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 24/02/2009 18:39  Atualizado: 24/02/2009 18:39
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: LIVROS ESCREVEMO-LOS NÓS
Grandioso poema reflector da própria grandiosidade da mente humana, integrada com tudo o que a rodeia.

Abraço