O ano de 2009 já encolheu mais de 30 dias.
Já houve beijos de mel e sangue. Já vivemos risos, lágrimas e promessas.
Foram mais 30 dias para aprender.
E ainda temos muito que aprender, no exercício diário do desapego, do reviver e da relembrança – desdobramentos do ofício do viver.
Exercitamos a força da superação, a suavidade do olhar e a nossa pequenez diante deste imenso mundo de possibilidades.
Exercitamos o caminhar reto, as auroras e os poentes.
Exercitamos a saudade, não pela própria saudade, mas pela necessidade de senti-la para continuar vivendo, pois saudade nada mais é do que o retorno sobre os próprios passos para reviver pela lembrança.
Foram mais 30 dias para reaprender! Mais 30 dias para viver, para agradecer, para caminhar.
30 dias!... Tão pouco para os que tem projetos!... Muito para os que tem saudades!...
Em 30 dias quantos se afastaram!... Quantos se aproximaram!...
Centenas se perderam, milhares se foram, outros milhares estrearam neste mundo como páginas vazias prestes a serem preenchidas por sua própria história. Que sejam belíssimas histórias!
E se mais vivemos, mais motivos temos para sentir saudades, porque, a cada dia, construímos algo que se impregna em nós tornando-se parte da nossa existência, como pérolas numa ostra. E, como uma ostra, ficamos profundamente feridos quando nos é arrancado um bem tão precioso.
Nossas pérolas não são somente os nossos queridos próximos. São, também, pessoas especiais que aprendemos a amar e respeitar, mas que por algum motivo já não se fazem tão presentes em nossas vidas. Então, é bom que não nos esqueçamos das pérolas que ainda estão alcance do nosso carinho, do nosso bem-querer.
Não sabemos quantos dias mais teremos aqui, mas seria bom vivê-los tão plenamente quanto for possível.
Escrito em 03/02/2009
Amo plantas e bichos e, principalmente, amo gente
Arlene.
Imagem: internet, sem autoria.