Conjecturo-me tão errante e de mim vago!
Quando de ti não sei, até a alma se torna escura,
Concede-me tua centelha, peregrina e pura.
Um onde estás? Apenas soluçando, indago!
A lua, recai em beleza, num manso lago!
Tua pele morena, destoa com minha alvura,
Tua boca doce, mais que qualquer doçura
Roça o divino beijo que nos lábios afago.
Foi por entre ondas de amor profundo
Que notei meu sonho velado na ansiedade!
Acordo, vejo-me a sós num jardim, fora do teu mundo!
Onde estás? Te imploro sinais de sinceridade
Já que do alto da tua razão, caí por mim, tão fundo
Rasguei-me em feridas nos espinhos da saudade!
Paulo Alves