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O Farol

 
<img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 234px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_uflzDGo9S5A ... hc/s320/farol07.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5305710968501789666" /><br>
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Ouço um sussurro...
Ouço um vibrar...
No cimo da montanha algo vibra...
Ouço um pedido...
Uma águia parte o vidro...
Uma cortina rasgada sai da torre do Farol...
Um penhasco se abre ao meu redor...
Ouço o teu chamamento...
Vejo o teu brilho...
O teu cabelo é sombra celeste na luz ofuscante...
O farol liga-se...
Ouço um grito de terror...
...
Mas a vida sem mercê...
Não me deixa seguir...
Não me deixa estender-te a mão...
Não me deixa saír do meu poiso da rocha lunar...
Arranco as minhas roupas...
Arranco o coração...
E digo ao anjo que passa...
Que lho ofereço em troca das suas asas...
Ele nega-me o voo...
Mas não me vai negar o sonho...
Olho penhasco abaixo...
Mar irado...
Aguarda pelo meu calor...
Aguarda pelo meu cheiro...
Dou passos atrás...
Tentando não sentir o buraco das trevas que se avizinha...
Corro...
Lanço-me...
Sinto o vento na cara...
A aragem...
Estendo os braços...
Aguardando o choque de titãs...
Num mergulho avassalador...
Expludo no mar...
O mar exalta um grande trovão de água...
Sinto tanto frio...
A morte debaixo de água...
Aparece-me a sorrir...
Mórbida mas ternurenta...
Mulher sereia...
Linda, nua, sedutora...
Como a convencer-me...
para me deixar desistir...
para me deixar ir...
Eu...
Olho bem nos seus olhos...
E sorrio...
Maldosamente sorrio...
E grito-lhe...
...
...NÂO ME VENCES...
...
Viro costas...
E recupero fôlego já a boiar...
Olho para o Farol...
Ainda está tão longe...
E o farol apagou-se...
Vejo o brilho de uma faca...
A cortina esvoaça cá para baixo...
O perigo acentuasse...
E ganhando forças...
Nado... Chego a terra...
Subo o penhasco...
Ouço a tua voz...
Cantas para mim...
Guias-me...
Pedes-me ajuda...
Arrebento a porta...
Subo as escadas do Farol...
E sim...
Ninfa...
Quase seduzido pelas tuas lágrimas...
Pelo teu brilho...
Que beleza incomensorável...
Viro-me...
Ouço um riso estridante... Um riso doentio...
Olho para o meu lado...
-Oi, como vais meu antigo cavaleiro... Já não te vía a algum tempo...
-Tu... Julgava-te longe... Julgava-te desaparecida...
-Desaparecída no teu rasto... Desaparecida no teu olhar...
-Sim...
-Mas não desaparecida do teu mundo... Vou te roubar o que mais gostas... Para sentires o que eu perdí...
-Vingança?!
-Não... Roubar-te o que me roubas-te... O amor...
E ao levantar a faca bem alto...
Tentando cravar no meu destino...
As trevas sombrias...
Mergulho... Voo...
Como nunca o fiz...
E voando a frente da minha diva...
A faca é cravada...
No meu peito.
Caio...
E sorrio...Esvaindo-me em sangue...
-O amor não me roubas...O amor vive-se... O amor sente-se... O amor persegue-se... O amor consomesse...
E ela com as lágrimas nos olhos...
deixa caír a faca...
E da janela partida lança-se num voo...
Que não sei para que destino a lançou...
A diva...
Olha-me nos olhos...
E trémula limpa-me o sangue...
pegando-me na mão...
Susurra no meu ouvido...
-Amo-te...

...
Beija-me os lábios...
E eu sorrio...
E parto Feliz.


Alexander the Poet

 
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Domitor
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Enviado por Tópico
Marisa
Publicado: 26/02/2009 13:47  Atualizado: 26/02/2009 13:47
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Usuário desde: 19/07/2008
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Mensagens: 11
 Re: O Farol
Muito lindo seu poema, de sentimento profundo e imensurável que desnorteia e faz perder o juizo...
Parabéns, beijo