Que é esta renúncia que não me deixa descanso
Que é do grito que renuncio em descaso
Sou como o rio que corre manso
E vai desaguar suas águas onde não passo
Todo eu sou sentimento à flor da pele
Não tenho porque aqui estar
Tudo o que é meu de mim impele
Quem dera um dia poder cá voltar
Já nem gente sou nem me proponho a ser
O que um dia soube gritar bem alto
Tudo o que faço ou penso fazer
Está montado neste lúgubre palco
Quis ser feliz um dia e fui derrota
Quis a luz e todas as suas fragrâncias
Ah, mas porque não vens à minha porta
Pôr-me flores com a maior das elegâncias?
Jorge Humberto
24/05/06