Corres prados e campos, mundos e fundos em busca de ti próprio, mas onde estás? Tu que te procuras, não és tu já aquilo por que anseias?
Regressa ao espaço onde tudo é visto, dá um passo atrás e entra onde de nunca saíste: tu próprio. O que é esse vazio onde tudo cabe? Esse silêncio onde todos os sons nascem e voltam a perecer. O que é isso? Será quem tu és?
Por ti todos os universos passam, mas nenhum te toca. O vento sopra, mas o teu céu não oscila um milímetro. Sem ti nada mais existiria.
Pára de procurar e a busca terminará aí. Olha-te como um círculo perfeito, sem ângulos mortos ou pontas soltas. És completo, fechado em ti mesmo. Não vale a pena buscar lá fora, porque tudo o que existe está dentro de ti.
Constróis a tua vida com base em pressupostos que nunca questionas. A partir dai, caminhas e procuras sempre em frente, sem nunca olhares para trás, sem nunca analisares o chão onde ergues a tua casa.
Não te procures nas coisas que vês, pois não te encontras nelas. Resides entre elas, em todos os espaços desabitados, nos cantos abandonados, em todos os silêncios esquecidos. Vives entre elas, mas não nelas. Não te procures no mundo, porque não estás dentro dele. O mundo, sim, está dentro de ti.
Tudo o que poderías desejar está - agora mesmo - a olhar através dos teus olhos. O infinito não está na palma da tua mão. Está mais perto do que isso.
Não precisas de responder às tuas questões. Precisas é de questionar as tuas respostas.