Sei da parede fechada
Sei da mistura das nuvens
Sei das tetas pretas, derramando
Sei do sol alpino aquecendo
Quando a lua se refresca no horizonte
Quando o caminhar é errado na profunda noite
Falam dos tempos do Verbo no infinito
Falam da distância do Ser e a Verdade...
Sentem a alegria do vento chicoteando árvores
Sentem as nuvens cuspindo lágrimas frias
Sentem o original vazio do homem nascendo
E, sentindo-se papel, rolando no chão como tonto
Cala o medo de criança puxada pelo braço
Aumenta a maldade do espaço no homem
Ligam-se as pontes que separam e matam
Idéias presas nas gavetas das mentes humanas
Somos o aveludar do céu
O balançar vivo das folhas
O deslizar desconfiado dos rios
A doença viva na água parada
A tristeza da morte no tempo morrendo
Somos gota d:água no olho do sol
Somos o grito na vida nascendo
Somos amores se encontrando
Somos o fim começando
Somos sempre assim....
E você ?!
José Veríssimo