Na alma, a cicatriz que sinto ainda mal curada
Me faz mal-encarado, errante a toda a ciência!
Outrora lúcido, me apeguei à tua vã iminência
Como cartaz colado a uma porta sempre fechada…
Coração cedido à dor, onde me deparo tão tenso!
Tantos sonhos intactos, me caíram da mão da razão,
Os que restaram, semeiam apenas restos de ilusão,
E sem querer pensar em ti, sempre em ti penso…
Viro os dias do avesso,
Num ritual de acasos, talvez previstos!
Tão fictícia a realidade encontrada…
Reviro-me em tudo, mas não esqueço,
Bati de cara em teus suplícios imprevistos!
Tua porta aberta para o mundo, para mim fechada…
Paulo Alves