A chuva canta docemente á minha janela.
Cheiros novos trazem memórias antigas.
Jogo com as palavras até conceber aquilo que sinto.
Validando a vida com pequenos sons desnecessários.
As extremidades geladas pedem um corpo amado mas distante.
Temendo que amor demasiado possa matar desconfio.
Estribando os meus sentimentos na razão acabo sorrindo.
A veracidade do que sinto não esteve ,nunca , em causa,
Mas será sensato dar lugar a todos os sentimentos?
Afogando-me naquilo que não tenho acabaria por não ser.
Aceitando aquilo que vivo acabo criando algo novo.
A solidão que nunca assumi cuspiu uma saudade que prezo.
Partilhando as minhas mágoas com o vazio descubro aqueles que me amam.
A Saudade á um luxo que só sente quem já foi feliz.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.