Afogando seu ronco
No buraco da boca
Acaba morrendo
Acaba matando
Sua fome, seus homens
Sem lei
Acabam, eu sei
Deixando enganar
Seu beco, oco e sem lei
Morrendo também
Dum lado da estrada
Impedindo a calçada
De passar sua gente
Seus homens, seus crimes
Mulheres e crianças
Sua gente de cima
Acaba de fome a gente de baixo
No ronco da boca
Do corpo cansado
Na cama quebrada
Misturando roupas
Sem brilho no varal
Na corda do samba
Acaba no gancho
Cortando o pescoço
Grosso
Gente grossa
Gente fina
Não agüenta
Esmurra
Empurra
Sai da culatra
Não tem no mapa
Jura de amor
Juras de fim
Juras de pares
Dores de ares
Dores de nada
De nada além
José Veríssimo