Será surdo quem fala em silêncio?
Na confusão dos sons do mundo
Cala-se a voz bem fundo
Falarão as coisas que vemos ao fundo?
Ou são apenas murmúrios do mundo
Confessam os olhos e os dedos
A ânsia da voz calada
Vai-se o canto da ave pousada
Na espera avultam os medos
Vale a pena tapar os ouvidos e a boca
E fechar a porta por dentro
A tristeza não é pouca
Quando te calas com o vento