Corro até à janela e observo a chuva que cai pa-ci-en-te-men-te sobre a rua, o caminho está vazio como sempre, não vejo o teu corpo vir, não te vejo amor... olho o muro que se ergue altivo rodeando a nossa casa, coberto de silvas já, a chuva cai por entre elas e molha-lhe as pedras de granito desnudas. Olho as nuvens que correm pelo céu, da ali para aqui, da aqui para ali, por onde passam tudo molham...
Sento-me no chão em frente à lareira, é um prazer tão grande estar aqui, aqueço as mãos frias pela espera, ponho os óculos e abro o baú das recordações para ler as tuas cartas, os teus segredos, os teus medos...
Levanto-me novamente, inquieta-me saber que não posso ter-te aqui hoje, sentir-te só perto, mesmo que estejas à distância de um olhar, pelo menos assim saberia que estarias bem. Espero-te, dou voltas pela sala, voltas e voltas em mim também...
Oh! Estou cansada de estar aqui sem fazer nada, hoje a tarde está triste mas a noite será de festa, tu chegarás. Vou fazer um bolo, de laranja como tu gostas!
Para começar, esse título é o nome do meu bolo favorito. Depois, tu não páras e tens uma imaginação fora do comum, que ao longo daquilo que tenho lido da tua pessoa, e já te o disse mais do que uma vez, penso eu, fico encantado. Beijinhos