ARREPIAR CAMINHO
Para o comum dos leigos, em que me incluo, tudo acontece ou se inicia com o desmoronar de um dos mais poderosos Bancos Americanos. Como o epicentro de um terramoto, a falência desse Banco repercute-se em todo o mundo, aparentemente de um modo mais flagrante no Ocidental - América do Norte e Europa, como um derrubar em dominó, nada poupando no seu caminhar destrutivo.
Confunde-me a repercussão que possa ter no resto do mundo a simples falência de uma Instituição Financeira Americana. Esse desmoronar (vimo-lo constatando) não é a origem, mas o início da espectacular-dramática e universal crise. Debruçando-me na minha ignorância sobre o assunto, muitas vezes me tenho interrogado sobre o que virá a ser desta Terra prosseguindo na caminhada louca de um consumir sem freios, sem que se ouça uma voz lúcida e autorizada, capaz de advertir e forçar a rota do “comboio do progresso” em que todos vamos embarcados. Nesta hora de interrogação que parece não ter paralelo na História, apetece perguntar aonde param os homens da economia, sociólogos e outros que parece terem especial responsabilidade no andamento da máquina económica, com tudo o que ela arrasta atrás de si.
Entre nós preocupa-me o desemprego em catadupa, de jovens e daqueles que de um momento para o outro perdem o indispensável ganha pão e fico a interrogar-me sobre a legitimidade de escandalosos vencimentos e reformas que para aí se vêem, com destaque para as ditas Financeiras, essas onde a crise pelos vistos eclodiu. Como me interrogo sobre a escandalosa falta de escrúpulos de uma parte do nosso patronato que aproveitando-se da situação, exploram quanto podem o indefeso trabalhador, muitas vezes indiferentemente à sua competência .É possível à mais humilde ou distraída humana criatura passar displicente ao lado de tudo aquilo que de estranho está acontecer?
Nesta hora que o mundo atravessa, está em causa o essencial. Para além de valores que a nossa sociedade vem espezinhando, quero destacar coisas como a Paz e a Segurança, mas que não se conseguem sem justiça social, equidade na distribuição. Queira o homem, olhá-las de frente e avaliar-lhes os contornos. Está nas suas capacidades – e está na hora que presumo não adiável - de ser descortinada uma Terceira Via; a do equilíbrio, do bom senso e da justiça. Essa onde imperiosamente mora esse ingrediente que terá que caracterizar o homem civilizado: A Solidariedade.
É sério de mais o tempo em que vivemos.