Todas as tardes
Eu sinto uma saudade
Talvez,
De um sol morrendo
Ou de uma noite sem destino
Que me atrancam no peito
E me fazem ouvir seus passos
Entrando dentro de mim
Como notas de canções
Que se transformam em acalanto
P"ro meu corpo cansado
Que cheio de saudade
Dorme com seus passos
Que em forma de amor
Vão penetrando
Vez mais dentro de mim
Como se fosse o canto do silêncio
Dessa noite medrosa e fria
Que me engana com tantos sonhos
Que só sabem me acordar
Como água em cachoeira
Que sempre cai de um lugar
E corre por leito afora
Presa em terras vivas
Como se fosse o meu amor
Preso na parede do seu corpo
Que me pisa em sonhos
Que me fazem viver
E ver
Que a saudade é a vida
Que a noite é a luz
De quem acredita no dia
Que vem devolver a tarde...
José Veríssimo
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