O coração consome aos poucos
O teu divino fogo
Como relíquia sagrada,
E advém assim ainda adquirir
Fé num endeusado
Milagre de amor…
Escarificações na alma,
Tento curar as feridas
Abertas pela saudade
Que me cobre como sargaço.
Despojo-a da ficcional,
Frígida, enrugada roupa,
Deito-a sobre o meu peito nu
Bem centrada no meu desinibido sentir.
É só minha a delicia
Ocasionada por este instante…
Hoje,
Carimbo no peito,
Cada mudança de perspectiva,
Ao cego olhar dos desejos,
Que chegam como balas
De aviso, disparadas ao pensamento
Proliferação de sentidos esfaimados,
No quociente restante onde imobilizo
Em mim…
Sou crente, por mais incrédulo
Que pareça…
Não importam olhares ambíguos
Ou discutíveis à minha teoria,
Sinto-me forte até na fraqueza,
E sempre convicto da existência
De um escrúpulo universal
(A alegria) …
A memória de um anjo,
Bate gentilmente ás portas
Da mente,
Sem pedir licença, entra,
Pondo fim, ao silêncio
Que retine tão alto,
Como mil vozes mudas…
Oh! O silêncio… Apenas ele
Me deixa uma ilesa
Perturbação intima…
A tua voz,
Me embate como um toque
Secreto,
Como doce carícia à alma,
Quando tua suave resposta,
Não encontra pergunta alguma…
Ou inversamente…
Como açoite na pele,
Que me faz vergar na ausência,
Mas não quebrar, nem na saudade
Consentida por teus silêncios,
Quando minhas perguntas,
Se arruínam na voz muda
De tuas respostas…
Serás tu, o meu anjo selvagem?
Que me confia a esperança
De existir o paraíso?
(Nenhuma almejada réplica…)
De novo mudo de perspectiva!
Paraíso!!!
Não o vejo numa forma única,
Num lugar concreto,
Com portões de um dourado
Refulgente,
Ou sitio fixo e cativante…
Revejo e encontro
O meu paraíso, em cada
Pequeno momento,
Ou instante
Passado contigo…!!!
Paulo Alves
Re: Milagre De Amor!!!
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