No meio de uma agonía momentanea...
Lá vais tu mais uma vez...
Beleza flamejante...
Corpo enervante...
De uma sensualidade de fazer tremer...
Sigo-te todos os dias todas as noites...
Actríz és dos palcos de teatro...
E Diva és de todos os meus sonhos...
Percorro teus gestos com o meu olhar...
Estendo-te meu casaco nas noites chuvosas...
E tu nem para mim olhas...
Mas sempre que sais do palco...
lá estou eu para te pedir mais um autógrafo...
esses que colecciono ao lado da minha cama...
Peço uns atrás dos outros...
Só para te poder ter bem junto a mim...
Sentir o teu breve sorriso se cruzar
com esta bruma da vida...
Endoideces o público...
Com os teus gritos de vitória...
Enlouqueces-me a mim...
Com os teus susurros do aurora...
Eu não quero saber...
Se não pertence-mos ao mesmo mundo...
Viajarei para onde fores...
Escreverei sobre tí...
Folhas e folhas...
que depois as deitarei ao vento de um qualquer penhasco...
Assino para que se as encontres...
Leías o que me vai na alma...
O que me vai no espirito...
E principalmente...
O que me vai no coração...
Coração ardente...
Fogo gelado...
Gelo astro estrondoso...
Um dia...
Sim um dia minha diva...
Hei-de te roubar aquele temido beijo...
Aquele tão malfadado beijo...
Que o guardo noite apos noite...
Na solidão de mais um amanhecer...
Sózinho a olhar a vida que se levanta
E as ruas voltam a encher-se de vultos...
E eu mais um nesses vultos...
Irei mais uma vez...
Para a porta do teu palco...
Para te ver entrar...
Para te ver sair...
Para te ver viver...
E assim...
Eu viverei tambem.
Alexander the Poet