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Minha mãe foi uma santa, mas...

 
Minha mãe foi uma santa, mas...






Caros amigos:
Devo ser um filho da puta. Não tem explicação! Foi pra chocar mesmo! Quando penso que algum dia na vida já votei em alguém, até arrepio de ódio. Ninguém, mas ninguém mesmo pode entender a ojeriza de que sou tomado por haver contribuído para que um político ocupasse um cargo com o meu voto; arrumasse um emprego de milhões por ano, com todas as garantias e mordomias. Quando imagino que a maioria dos canalhas lá está, porque eu fui um daqueles que votaram, para empregá-los, por isso tenho vontade de ser a favor do aborto, pelo menos seria um de menos para não cometer tamanha besteira no futuro. Meu voto nunca mais!
Tenho seguido pela mídia e constatado que: de vereador a presidente da república, noventa por cento não prestam. Cada qual mais ordinário, mais cretino do que o outro. Ainda bem que um pequeno percentual se salva.
Sobem no palanque iludem o pobre eleitor, promete o mundo e o fundo para depois se preocuparem apenas com os próprios salários. Realmente estou enojado dessa classe política corrupta, ou melhor, dessa caterva política, quadrilha institucionalizada, saqueadores que ceifam o direito dos infelizes que trabalham honestamente, e que bancam essa corja de vagabundos, sem qualidades, sem raízes, verdadeiros estrumes do submundo da sociedade. Chegam ao poder à custa de mentiras e traições, um jogo verdadeiramente indecente de cartas marcadas, onde o currículo é o voto, o poder, a glória e a miséria do povo o resultado.
Hoje sinto vergonha de meus filhos, de minha esposa, dos meus amigos, e de todos aqueles que suportaram a minha fala em favor de algum miserável que está no poder. Sinto que a esperança acabou e que daqui pra frente só nos resta aceitar goela abaixo as prepotências inexauríveis emanada desse poder corrupto, insano, desgraçado e vil.
Atualmente tenho vergonha até de mim, pois nunca pensei que um dia me sentisse responsável por haver contribuído em colocar um ladrão no poder, mas na pura inocência e na melhor boa fé acreditava que muitos tivessem no coração pelo menos os respingos da virtude e na mente a concepção da dignidade. Soubessem entender que a (res publica - coisa pública) de Platão deveria ser respeitada. No entanto, se dispõem em palanque e por quantas vezes não censuram os que ocupam os cargos cobiçados por eles, pela dilapidação dos bens públicos. Quando chegam ao poder se esquecem da ética, do brio, da dignidade, da vergonha, das promessas e passam a praticar os mais absurdos atos reacionários, papéis relativos à qualidade de pessoas desprovidas do senso da vergonha, inúteis e malvados. São indivíduos alheios e insensíveis ao sofrimento do próximo após a conquista do voto. Tecem uma rede inescrupulosa de benefícios recíprocos onde um dia, lá estarão embora muitas vezes nem conheçam os novos cargos, mas para receberem salários e fazer parte desse mutirão da propina não precisam conhecer, precisam apenas ser desonestos, desonrados, canalhas e vigaristas que o emprego estará garantido.
O Brasil cantado no seu hino “Brasil um sonho intenso um raio vívido” deve ser mudado: “Brasil um pesadelo de um raio vivo” que ninguém sabe aonde chegará. Extrapolaram os limites da baixaria administrativa. Construíram dois Brasis sobre o mesmo continente: de um lado a força da riqueza surrupiada dos cofres públicos e particularizada nas contas de alguns ladrões do poder; do outro lado à força da miséria e da fome representada por aqueles que votam e colocam no poder esse tipo de gente que hoje estamos constatando a cada minuto, pelas vias televisivas e pela mídia escrita.
É realmente uma tragédia, para um coração já carcomido por um país banhado de irresponsabilidades administrativas e legislativas, onde o dinheiro público foi usado para comprar avião novo para presidente esfolar a bunda de tanto viajar a custa do suor do povo; para os Maluf$ da vida desviarem de obras públicas e engordar suas contas pessoais no exterior, para Valério$, Dellúbio$, Georgina$, Laláu$, Severino$, Duda$ e outros viverem a felicidade total no mar de rosas que floresce sobre o pântano cruel da miséria humana. Enquanto uma boca saboreia o caviar outra mastiga o puro mandacaru. Estou triste, mas muito triste mesmo!
Recentemente a fibra do deputado Vasconcelos, mostra ao país as mentiras, de um poder corrupto e insano. Lamento mas cheguei à conclusão: votar nunca mais!!!


O autor é advogado e o seu e-mail e: antonioantunesalmeida@pop.com.br


 
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