VESTIU SUA ÚLTIMA ROUPA, DE QUASE INDIGENTE
BEIJOU SUA MULHER E FILHO, TODOS INEXISTENTES
NÃO FIZERAM FALTA, MESMO ASSIM ERA CONTENTE
SER FELIZ SEM TER NINGUÉM PENSAVA SER URGENTE
DE SUA MÃE HERDOU A FÉ, O SONHO E UM PINGENTE
CADA DIA MAIS VELHO, AFASTAVA-SE DO PRESENTE
ATRAVESSOU A RUA CALMA COM PASSO NEGLIGENTE
EM CADA DIA SENTIA O FIM, COMO QUEM PRESSENTE
SEU OLHAR GUARDAVA DESTINO CADA VEZ MAIS VIDENTE
LEVAVA NO CORAÇÃO A DOR DE QUEM NÃO TEM PRESENTE
RESTO DE HOMEM , MAL VESTIDO E SORRISO DE INOCENTE
DORMIU EM RUAS CALMAS, COMO NÃO DORME O PRUDENTE
NOITE ESCURA E FRIA SE GUIAVA PELA ESTRELA CADENTE
SORRIA, CHORAVA, PARAVA, ANDAVA PARA SER COERENTE
ACEITAVA A VIDA, ENTENDIA A DEUS, TUDO SERENAMENTE
AMAVA MULHER E FILHO IMAGINÁRIOS, COMO QUEM SENTE
MALTRAPILHO. PARA UNS, LOUCO E OUTROS IRREVERENTE
PARA OS AMIGOS DESCONHECIDOS , LOUCO E IMPRUDENTE
LEMBRANÇA DA MULHER QUE UM DIA AMOU, ENVOLVENTE
PARA TODOS, O VELHO HOMEM, NO FIM, TUDO INDIFERENTE
José Veríssimo